terça-feira, 18 de janeiro de 2011

- A história do Rock II


Continuando o papo sobre rock, antes da virada de 60 pra 70 acontece o inesquecível festival de Woodstock, entre os dias 15 e 17 de agosto de 1969. Aconteceu num um grande campo aberto em White Lake, New York e cerca de 500 mil pessoas viveram três dias de “paz e música”, embaladas pelo som dos maiores artistas de rock da época - se bem que foi um festival essencialmente hippie, porque a época política daqueles anos era propícia a isso. O ingresso para um dia de Woodstock custava 7 dólares, mas a maioria do público quebrou as cercas e entrou sem pagar nada. Joan Baez, Janis Joplin, Jimi Hendrix, The Who, Grateful Dead, Joe Cocker, Jefferson Airplane, Iron Butterfly, Creedence Clearwater, entre outros, se apresentaram a uma multidão que aguardava o sonho hippie ser concretizado.
Mas a finaleira da década ia detonar o sonho. A mulher do Roman Polanski, a atriz Sharon Tate e mais o casal Labianca são mortos por hippies fanáticos, seguidores do abobado Charles Manson, que misturava Bíblia com Beatles. Isso fez a imprensa – o maior poder do mundo – acabar com o movimento utópico.  Também acontece a morte do o ex-guitarrista do Rolling Stones, Brian Jones e tem ainda a desgraça do Festival de Altamont. Nele, 300 mil pessoas se esgualeparam com a falta de organização do festival, programado de última hora. Muita sujeira, drogas, doenças e quatro mortes foram os resultados de Altamont. Tem um documentário dos Stones, Gimme Shelter, que mostra a cena de um negrão que puxou um revólver e foi esfaqueado por membros do “Hell Angels” – que eram os seguranças improvisados do evento. Enquanto Manson queimava o filme dos Beatles, Altamont queimava o dos Stones, mostrando que a música podia ser perigosa e violenta quando o público é imaturo, destrutivo e idiota. É assim que chegam os anos 70. Morre Janis, Hendrix, e morre o poeta Morrison. Os Beatles deixam de existir. “É brabo, mas é queijo” – dizia uma velhinha sem dente comendo sabão... Continuando...
As inovações tecnológicas e a música erudita acabaram criando um estilo novo no rock: o Progressivo. Muitos músicos se utilizavam da influência de compositores como Bach ou Mozart para criar canções, como Rick Wakeman, do Yes, que tinha formação em música clássica. Alan Parsons Project, Moody Blues, King Crimson, Genesis, Jethro Tull, tudo isso era progressivo. Mas da junção do nome de dois bluesmen americanos, Pink Anderson e Floyd Council, surgiu na Inglaterra o grupo que se transformou em um ícone para o rock como forma de arte: o Pink Floyd.  No começo, o Pink Floyd tinha como letrista e guitarrista um louco, Syd Barret, que logo foi afastado por causa das drogas – uma pena, mas isso acontece todo dia em qualquer setor. 
Muita coisa acontecia de forma paralela, diferente de outras décadas em que havia uma linha concisa e bem estabelecida no que se criava. Em contrapartida ao rock progressivo, apareceu uma linha em que a energia de tocar era mais importante que a harmonia. A atitude importava, o resto era detalhe, para o pessoal dos Stoogues, de Iggy Pop. Ali estava nascendo o Punk. Iggy Pop era o anti-herói do rock: franzino e mal-encarado. Xingava a platéia e se lanhava todo no palco, se cortando e ficando coberto de sangue. Na Inglaterra, Malcom Maclaren, dono de uma loja de roupas que mais parecia um sex shop, forma a banda que seria um dos maiores fenômenos da história do rock: os Sex Pistols. Estava criada a base do movimento punk: camisetas rasgadas, alfinetes de segurança, cabelos coloridos, arrepiados ou ao estilo índio moicano eram a moda dos rebeldes londrinos. Os shows dos Pistols eram uma loucura, assim como as performances do vocalista Jonnhy Rotten (Joãozinho Podre, por causa dos dentes estragados) e do baixista Sid Vicious, que morreu de overdose, em Nova Iorque, aos 21 anos, acusado de assassinar a namorada Nancy Spungen. 
Bah, um monte de coisas acontecendo e tudo isso é rock n´roll! Outra vertente foi o chamado heavy metal. Aqui, roupas de couro pretas, cheias de tachinhas, cabelos compridos e guitarristas metidos a deuses balaqueiros. Foi daí que surgiram o Black Sabbath, de Ozzy Osbourne, Judas Priest, Scorpions, Kiss, Alice Cooper, AC/DC e muitos outros. O AC/DC sempre bateu na tecla que o som deles é simplesmente rock, diferente do som pesado dos outros. O Led Zeppelin também trafegava nessa praia, com um pouco mais de poesia, o que traria uma das melhores parcerias do rock: Robert Plant e Jimmy Page.
De outro lado, surgia um rock glamuroso (glam rock) em que a androginia era parte do visual, que carregava na maquiagem e nas roupas espalhafatosas de plumas e lamês. Assim, aparece o camaleão do rock: David Bowie, que, em 72, lançava o personagem Ziggy Stardust e virava uma lenda da música pop. Dessa leva também vem o excêntrico Roxy Music, de Brian Ferry e Brian Eno; o T-Rex, de Marc Bolan, e os alucinados rapazes do New York Dolls, que se vestiam de mulher e tocavam como loucos. Fizeram a fama, com outros artistas (Patti Smith, Television, Richard Hell), do santuário do punk de Nova Iorque: O CBGB. Dali, também, saiu a turma dos Ramones, que pode ser considerada a primeira banda realmente punk da história e fazia um som pesado e rápido, na base dos três acordes.
Nesta época, com certeza a mais criativa do rock, também apareceram bandas como Queen e Iron Maiden, que pulavam um pouco aqui e outro pouco ali, perambulando entre os estilos e criando um estilo próprio. Da Alemanha, vem um som mais conceitual, uma mistura de música erudita com efeitos eletrônicos, experimentações. Era o Kraftwerk, que pode ser considerado o precursor da música eletrônica, juntamente com o Can e o Neu. Eles estavam preparando o caminho para a nova década que estava chegando....
... E o novo texto que eu já vou escrever....

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