quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

- Highway to Hell



Opa! Tava curtindo aqui a discografia do AC/DC!
Depois do advento do filme Homem de Ferro 2, a banda acabou ficanso mais conhecida no meio da gurizada. Tony Stark curte AC/DC. Isso é bom, pra esse pessoal começar a se interessar por rock´n roll e deixar de lado a grande porcaria que virou a música do século XXI.
Afinal, o que é que pintou de bom na música atual?
[silêncio sepulcral]
É isso aí. E faz muito tempo que não aparece nada de bom.
The Strokes, Green Day, Coldplay, The Killers, System of a Down, coisas assim a gente escuta, mas não gosta, enquanto Creedence, Doors, Led, Pink Floyd ou Deep Purple a gente gosta, mas acaba não escutando, porque as rádios não tocam. No entanto, eu nem escuto mais rádio, vivo de streamming e cada vez tem mais gente assim.
Já tentou falar de música com o pessoal mais novo? É outra língua. 
O que eu vejo atualmente é um tipo de sensualidade gratuita e violência mais gratuita ainda. Rappers cheios de corrente e com cara de mau, com aspecto marginal, ou é impressão minha? Quando eles cantam (cantam?!), sacodem e apontam os dedos para a gente como se fossem armas nos intimidando, ou é só impressão minha?
Isso acontece por causa das mudanças mundiais. Principalmente nas mudanças sociais, econômicas e culturais. Se compararmos as Américas de hoje com o que eram, veremos que as gerações da América Latina brigavam por mais liberdade de expressão e contra as ditaduras que pipocavam pelo continente, enquanto as da América do Norte brigavam contra a fome de poder do governo americano em guerras como a do Vietnam e a Guerra Fria. Lá o pessoal falava de amor, de paz, havia uma certa espiritualidade mística, mesclada com alucinógenos. A rebeldia tinha sentido e ninguém confiava em alguém com mais de 30. A música acaba, de uma forma ou de outra, refletindo os aspectos da sociedade e os anseios de seu público alvo. É neste período que surge The Doors, Janis Joplin, Jimi Hendrix (esse eu nunca entendi o que ele queria dizer com aquelas distorções barulhentas ;-) ), CCR, The Who, Bob Dylan e um monte de gente boa. Por aqui, a maldita ditadura segurava o pensamento do pessoal, com o censor e sua foice de capar idéias. Só sobrevivia o iê-iê-iê bem comportado. Mas tinha Raul Seixas e tinha também Os Mutantes, que, com álbuns elogiados a partir de 68, acabaram influenciando até o Kurt Cobain, do Nirvana (eu não sei onde fica essa influência, mas dizem que tem sim).
Na explosão do que eles chamam de rock nacional dos anos 80, muita porcaria apareceu, mas alguma coisa boa pintou por ali. Camisa de Vênus, Legião. Lá fora, tinha U2, Men at Work, The Police. E daí o que todo mundo queria, aconteceu. Acabou a Guerra Fria e o mundo não suportava mais as ditaduras. O Figueiredo montou em seu cavalo – mais cheiroso que o povo, segundo ele – e se mandou, deixando o Brasil para a eleição civil de Tancredo Neves. A briga foi feia, mas havia acabado.
A música, como sempre, reflete o momento. Os jovens também. A gurizada de hoje em dia tem suas origens na gurizada do final dos anos 90, que são os pais deles. Uma geração que ficou entre realidades distintas: pais que foram criados por uma geração que tinha tudo para reclamar e os que nada tem a dizer, atualmente.
Então, resumindo, a culpa da gurizada escutar tanta imundície hoje em dia é culpa, em parte, da geração que não passou valores – pois não os tinha para passar, já que o mundo estava resolvido – e em (grande) parte pelos veículos de comunicação. Ou seja: já que eles não sabem pensar, deixa que a mídia ensina.

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