sexta-feira, 30 de março de 2012

- Arte nas Ruas


No meu tempo - e não faz tanto tempo assim - os muros da cidade, de qualquer cidade, eram usados para passar alguma mensagem, dizer alguma coisa. "Quem não tem colírio usa óculos escuros, quem não tem papel, dá o recado pelo muro", cantava o sábio Raulzito.
Hoje em dia a chinelagem impera. Rabiscos que só quem escreveu entende, ou seja: se o cara não tem nada a dizer e não quer que leiam, escreve no muro. Uma geração exageradamente sem cérebro. Esse mundaréu de riscos nas paredes das casas são a versão podre dos grafites coloridos que se vê nos muros. Os grafites, por si, também se apresentam sempre com qualidade duvidosa. Não é necessário ter o senso estético apurado pra perceber que todos esses borrões, caras de cachorros com três olhos, gente fumando, imitação de pedras ou qualquer que seja o tema popular adotado nos muros é de uma desgraça visual deprimente. Não consigo ver isso como arte. Conheci um guri que desenhava fuscas nos muros. "Não sou vândalo, nem pichador: sou grafiteiro."
Segundo ele, é a cultura grafite: um spray na mão, hip-hop nas orelhas e mostrar o reflexo da cidade, das ruas para as ruas. Pra mim, não é arte. Sinto muito. É poluição visual.
Catei umas imagens na internet, nenhuma brasileira (provavelmente aqui a chinelagem riscaria em cima) do que eu penso ser arte nas ruas. Taí a mostra: