terça-feira, 24 de maio de 2011

- O Segredo da Felicidade


O mundo está certo, o Brasil está certo. Já tive vontade e já tentei de forma sincera mudar o mundo, mas com o tempo a gente percebe que tudo é do jeito que deve ser e tudo está no seu devido lugar. Claro, tem que dar uns ajustezinhos aqui e ali, mas no geral está tudo beleza.
Todas as coisas existem em prol da felicidade da maioria. Não parece, mas é. E a felicidade da maioria se consegue com pão e circo, basicamente, porque o segredo da felicidade é a burrice. O sujeito burro tem exatamente o que merece para ser feliz. Se é pobre e não tem como adquirir algo mais do que o próprio sustento (a muito custo), ele tem televisão para distrair, cachaça pra beber, um futebol ou um carteado com os amigos e em cada esquina tem uma igreja para que ele fique numa boa com a consciência cristã ou com o candomblé, pois as igrejas e as casas de batuque disputam uma guerra particular entre si, cada uma fazendo mais barulho que a outra.
Já o burro é pouco mais privilegiado que a maioria: tem o chevetinho tubarão pra equipar com um som de arrebentar as paredes e andar a 10 por hora com o braço pra fora. Funk, pagode, sertanejo, batidão bombando. É essa a felicidade: não é necessário pensar, não precisa estudar mais do que o suficiente pra passar nos colégios, não precisa ler nada que não seja página policial ou de esportes nos jornais populares, quando muito. Cerveja e dar risada, taí a felicidade do burro.
Se o sujeito burro tem dinheiro é mais privilegiado ainda! Pode dar presentinhos mais caros para a amante burra. Pode encher a barriga num restaurante caro, passar a noite torrando grana numa boate, num puteiro, numa balada. Chamar os camaradas para beber no “barco novo”. O burro endinheirado se olha no espelho fazendo cara de badass e quando não acha que está legal tem a lipo e os retoques. A grana que tem compra a felicidade dele. Tá tudo certo.
A burrice é o segredo da felicidade.  A pessoa burra é a única que pode se sentir feliz no mundo. A burrice é um jeito de permanecer na infância, pelo menos de continuar naquela doce cegueira infantil, tendo lúdicas preocupações. O funcionário burro ganha responsabilidades limitadas do patrão burro e, portanto, preocupações limitadas.  Burro é massa de manobra. Vota. É número. Não tem como negar: o Brasil tem um povo feliz e todo mundo é tão cheio de esperança e orgulhoso de ser brasileiro. Um povo feliz. Até por isso, um povo burro em sua maioria. Olha a qualidade dos programas de TV, rádio, o conteúdo da internet, os jornais, as músicas, os políticos – pelamordedeus, os políticos – tudo isso mostra o nível mental da maioria da população – daí o motivo de tanta felicidade.
Claro que o burro tem as preocupações dele. É um sujeito feliz, mas todo mundo se preocupa, não é? No entanto, o sujeito burro é agraciado pelo sono dos inocentes. É o que se chama de “dormir o sono dos justos” e eu chamo de “dormir o sono dos cornos”. Porque o corno vive na ignorância e isso faz com que ele durma alegre e feliz, sem conhecer a realidade que tiraria seu merecido descansar noturno.
A burrice é a grande solução para a falta de felicidade no mundo.  Pena que para alguns, seja tarde.


- Oito Passos da Lavagem Cerebral



Tem um conhecido meu que um dia comentou que ia num lance em que um amigo dele disse que era sensacional, oportunidade única de ganhar dinheiro e coisa e tal. Eu nunca gostei dessas coisas de pirâmide, amway, que pega o dinheiro aqui, vende isso, sobe um ponto, arrebanha mais gente, amanhã é a tua vez de ganhar, etc e tal. Quando o cara me comentou, a impressão que eu tive foi essa.
Bom, é sabido que “de onde menos se espera, dali é que não sai nada”. Atualmente, as frases de status deste conhecido meu são tipo: “Quem quer fazer alguma coisa, encontra um meio. Quem não quer fazer nada, encontra uma desculpa” ou “Querer vencer significa já ter percorrido metade do caminho da Vitória”. Nunca mais falou comigo, mas nos perfis de redes sociais, ele agora aparece de gravata.
Não sei do que se trata, mas faço uma idéia do que pode ser. Li em uma Superinteressante algo que nunca mais esqueci e queria dividir aqui com quem está lendo. É um jeito de agir, uma cartilha, usada por corporações religiosas, políticas, dinheiristas e quem tem interesse em manipular as pessoas, são os famigerados...
OITO PASSOS DA LAVAGEM CEREBRAL
Eis:
• CONTROLE DE PENSAMENTO - Não é permitido ler material ou falar com pessoas que tenham idéias contrárias às do grupo. Em alguns casos, a vítima é geograficamente isolada da família e dos amigos.
• HIERARQUIA RÍGIDA - São criados modos uniformizados de agir e pensar, desenvolvidos para parecer espontâneos. A vítima é convencida da autoridade absoluta e do caráter especial - às vezes, sobrenatural - do líder.
• MUNDO DIVIDIDO - O mundo é dividido entre “bons”(o grupo) e “maus”(todo o resto). Não existe meio-termo. É preciso se policiar e ser policiado para agir de acordo com o padrão de comportamento “ideal”.
• DELAÇÃO PREMIADA - Qualquer atitude errada, ainda que cometida em pensamento, deve ser reportada ao líder. Também (e principalmente) se deve delatar os erros alheios. Isso acaba com o senso de privacidade e fortalece o líder.
• VERDADE VERDADEIRA - O grupo explica o mundo com regras próprias, vistas como cientificamente verdadeiras e inquestionáveis. A vítima acredita que sua doutrina é a única que oferece respostas válidas.
• CÓDIGO SECRETO - O grupo cria termos próprios para se referir à realidade, muitas vezes incompreensíveis para as pessoas de fora. Uma linguagem muito específica ajuda a controlar os pensamentos e as idéias.
• MEU MUNDO E NADA MAIS - O grupo passa a ser a coisa mais importante - se bobear, a única. Nenhum compromisso, plano ou sonho fora daquele ambiente é justificável.
• NINGUÉM SAI - A vítima se sente presa, pois não pode imaginar uma vida completa e feliz fora do grupo. Isso pode ser usado por políticos e militares para justificar execuções.
Se você parar para pensar, vai ver que já viu isso acontecer em vários lugares como religiões, seitas, partidos políticos, militares e gente da Oceania de 1984, de George Orwell.